Musculação para crianças

Exercícios com peso para crianças e adolescentes é um tema controverso, que gera preocupação, pois o assunto apresenta-se carregado de preconceitos e falta de informação.


Dentre as preocupações mais comuns estão o crescimento infantil e as possíveis lesões decorrentes da prática deste tipo de treinamento.

As crianças estão mais propensas, que os adultos, a terem lesões por estresse físico devido ao próprio processo de crescimento, que pode causar desequilíbrios nos tecidos em desenvolvimento.

Devido à constante sedimentação, os ossos não se encontram bem compactos e estão mais susceptíveis as sobrecargas, principalmente, a cartilagem de crescimento.

Esta cartilagem localiza-se na extremidade dos ossos longos e é responsável pelo crescimento longitudinal dos mesmos. Durante a puberdade, devido às mudanças hormonais, essas cartilagens se solidificam com o passar tempo, cessando o crescimento. Cabe alertar, que o uso de anabolizantes nesta faixa etária pode precipitar a calcificação dessas cartilagens.

Se por um lado, os ossos em desenvolvimento estão mais sujeitos a algum tipo de dano, por outro, o treinamento de força proporciona um aumento da tensão e compressão sobre o osso, estimulando sua modelagem, possibilitando assim, uma densidade óssea aumentada. 


Esse tipo de treinamento pode ainda, proporcionar aumentos da força e resistência muscular e melhora na capacidade da criança de desenvolver atividades esportivas e recreativas.
Quantidades toleráveis de exercício podem servir como estímulo ao crescimento físico normal, mas é provável, que quando a carga física for excessiva, se percam os efeitos benéficos, alterando, por conseqüência, o crescimento normal.


Está bem documentado na literatura, que o risco de lesões em crianças que participam de um programa de treinamento de força é baixo, e que o perigo de dano à cartilagem está relacionado ao estresse físico, ocasionado pela utilização de cargas muito altas.

Os possíveis perigos do treinamento de força para crianças estão mais relacionados às exigências inadequadas do exercício, do que a simples prática do mesmo. 

É importante salientar que o treino de força pode e deve fazer parte da prática física infantil, mas nunca de forma prioritária. A musculação pode estar inserida em um programa global de treinamento, onde estejam envolvidas outras capacidades físicas, tais como: resistência, flexibilidade, equilíbrio e coordenação. 


Nunca esquecendo que o treinamento deve estar sempre sob a supervisão de um educador físico.  
Prof. Gil