Perda de Força e de Potência Muscular
Além da perda de força, a habilidade do músculo de exercer força rápida (potência) parece diminuir com a idade.
A POTÊNCIA MUSCULAR e sua treinabilidade em idosos é importante para as capacidades funcionais do indivíduo, pois muitas atividades diárias (caminhar, subir escada, levantar objetos etc.) exigem o desenvolvimento rápido de força, ou seja, certo grau de potência para serem realizados. Essa habilidade é vital e pode contribuir, de forma significativa, como um mecanismo protetor contra quedas.
As quedas são umas das causas mais importantes das lesões. Elas estão associadas à fragilidade física e à perda de mobilidade. No Brasil, cerca de 30% dos idosos sofrem quedas ao menos uma vez por ano e 13% caem de forma recorrente. Uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto (EERP) mostra que a maioria dos traumas sofridos por idosos é decorrente de quedas. De acordo com o estudo, 62% dos traumas ocorreram em conseqüência de quedas até mesmo com idosos mais jovens. Ao sofrerem um trauma, dependendo da gravidade, podem ter a sua capacidade funcional comprometida ou até perder a vida.
Mecanismos Responsáveis Pela Redução da Força e da Potência Muscular
- Alterações músculo-esqueléticas da senilidade: a diminuição da massa muscular é a principal razão para redução na capacidade de produzir força com a idade. Concomitantemente com o decréscimo da área transversal do músculo, há também um aumento da gordura intramuscular, sendo mais pronunciada nas mulheres.
- Alterações no sistema nervoso: a perda das fibras musculares com o envelhecimento pode ser resultado da morte das células dos músculos ou de um processo degenerativo causado pela perda do contato do nervo com o músculo. Algumas fibras são perdidas com a idade, mas algumas passam por um processo de reinervação com o aumento da atividade. As fibras musculares perdidas são substituídas por gordura ou tecido conjuntivo fibroso.
- Alterações hormonais: com a idade, o sistema endócrino perde a sua habilidade de alterar as concentrações hormonais causada pelo exercício; reduções nas concentrações de repouso dos hormônios anabólicos (testosterona, GH, insulina e os fatores de crescimento) também são observadas. Resumidamente, isto significa que os mecanismos anabólicos responsáveis pelo crescimento dos tecidos são afetados pelo envelhecimento.
A fraqueza músculo-esquelética tem sido uma das maiores causas de incapacidade nas populações, predispondo os idosos a quedas e limitando as atividades da vida diária. A prática sistematizada de exercícios físicos produz efeitos protetores contra a evolução das doenças crônico degenerativas nos diferentes estágios de vida, propiciando não somente incremento na expectativa de vida, mas acima de tudo, melhora no estado de saúde do idoso.
O treinamento de força muscular pode diminuir os efeitos negativos do envelhecimento sobre as variáveis neuromusculares (força e potência), proporcionando ao idoso, a possibilidade de ser funcionalmente independente, podendo reduzir a incidência de quedas.
Prof. Gil